Quem nunca ouviu dizer que a internet é uma terra de ninguém?
Com a popularização das redes sociais, e a falsa sensação de anonimato gerada pelo ambiente virtual, é comum notarmos que as pessoas sentem-se cada vez mais confortáveis em publicar sobre qualquer tipo de tema em seus perfis. A desculpa de que “o perfil é meu, e eu posto o que eu quiser” é o que mais se ouve.
Com esse argumento em mente, elas enchem seus perfis com conteúdos comprometedores, como fotos inapropriadas (de bebidas, por exemplo), opiniões polêmicas, comentários preconceituosos ou intolerantes, criam discussões em comentários de publicações de outras pessoas ou de fanpages... A exposição acontece de inúmeras formas e em níveis maiores ou menores, mas de qualquer modo, é prejudicial.
A maioria das pessoas se esquece de que as redes sociais podem se tornar espécies de vitrines para outras pessoas e até mesmo para recrutadores, que têm usado muito a internet como uma ferramenta de avaliação de perfis em processos seletivos, e que podem facilmente acessar informações sobre a sua vida e suas redes sociais, apenas ao digitar seu nome no Google. Por esse motivo, é preciso colocar em mente que manter a etiqueta na web é primordial.
Obviamente, existem pessoas que sabem como separar suas vidas e ambientes pessoais dos profissionais, mas um recrutador não vai saber disso. Sendo assim, é fundamental que você tenha uma visão crítica e extremamente cuidadosa com relação aos conteúdos que compartilha, porque eles passarão uma mensagem ao recrutador e é essa a imagem que ele vai criar sobre você. Você quer que ela seja positiva ou negativa? Que te abra uma porta ou feche-a para sempre?
Lembre-se: não é só porque você utiliza as redes sociais que você é obrigado a ter opinião sobre tudo, argumentar sobre tudo, e nem encarar esses espaços como permissões para cruzar limites que você não cruzaria em ambientes sociais reais. Até porque, por mais que pareça que o ambiente virtual é outro universo, ele não é. Na verdade, ele é uma extensão das nossas vidas sociais, portanto, é esperado que as pessoas tirem conclusões umas sobre as outras baseando-se no que elas encontram ali.
Porém, se você realmente tem o desejo de utilizar as redes sociais para fins de expor seus pontos de vista sobre algo, faça de maneira produtiva. Você já pensou, por exemplo, em utilizar esse ambiente para construir sua marca pessoal como autoridade nos assuntos que domina? Especialmente se você utiliza o LinkedIn, isso pode garantir bons frutos profissionais. Publique, por exemplo, sobre as novidades da sua área de atuação, faça análises sobre temas que se relacionem com a sua profissão, mostre o seu conhecimento sobre o que verdadeiramente agrega valor à vida dos outros.
Outra saída é você alterar suas configurações de privacidade, deixando seu perfil restrito e impedindo que ele seja encontrado ao digitar seu nome. Desse modo, você pode continuar tendo mais liberdade em suas redes, ao mesmo tempo em que não fere a sua imagem com os possíveis contratantes.
Nesse caso, vale lembrar, também, que mesmo que o perfil esteja restrito apenas a amigos, você ainda deve se preocupar com a etiqueta e com o conteúdo publicado, afinal de contas, educação e respeito são práticas necessárias em qualquer aspecto da sociedade.
Além disso, é bom deixar claro que ao restringir seus perfis você também corre um risco: o de perder oportunidades. Alguns recrutadores desistem de entrar em contato com pessoais que eles não conseguiram obter informações prévias.
Pergunte-se: se um recrutador digitasse seu nome no Google agora, você conseguiria um emprego ou seria desclassificado em um processo seletivo? Você mantém um comportamento virtual que está de acordo com a mensagem que você quer passar a quem possa te contratar? Dependendo das suas respostas a essas perguntas, talvez seja a hora de reavaliar o que você anda postando por aí.