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Por qual salário emocional você está disposto a trabalhar?

Atualizado: 24 de set. de 2019

Homem se sentindo feliz em seu trabalho porque recebe um bom salário emocional e gosta de estar ali

Salário de R$10.000 por mês, participação nos lucros da empresa, comissões, prêmios... Todo mundo sonha em receber esse tipo de remuneração no trabalho, e uma vida financeira boa é a única coisa que faz uma pessoa se sentir realizada profissionalmente, não é mesmo?

Não, não é.

A lista acima representa uma série de compensações monetárias que podem ser dadas aos funcionários de uma empresa, e que muitos acreditam ser a única coisa que realmente importa para eles no final das contas. Por muito tempo, isso foi uma verdade. As pessoas procuravam estabilidade financeira, e o que mais contava para elas era conseguir um emprego onde eles pudessem sentir a segurança de não serem demitidos, e estavam dispostas a trabalhar o quanto fosse preciso para terem salários bem gordinhos e darem às suas famílias “tudo do bom e do melhor”, mesmo que se sentissem infelizes com suas ocupações.

No entanto, a motivação do jovem do século XXI é outra. Claro que uma boa remuneração continua sendo um fator de relevância, porém, existem outras coisas que o trabalhador moderno também procura e, em muitos casos, se preocupa mais do que com o dinheiro: o bem-estar e a satisfação profissional; o chamado salário emocional.

Esse salário é composto por benefícios intangíveis, que têm a ver com o engajamento e a motivação do funcionário, e estão totalmente relacionados à cultura organizacional. Esses são alguns exemplos de como promover o salário emocional:


a) Oportunidades e incentivos ao desenvolvimento profissional e pessoal: uma empresa que encoraja o funcionário a elaborar seu plano de carreira, e que mostra que há a possibilidade de crescimento dentro daquele ambiente, o incentiva a buscar capacitação e a sentir-se motivado em exercer suas tarefas do dia a dia.


b) Reconhecimento: é preciso desfazer o conceito de que o reconhecimento no ambiente de trabalho só acontece por meio de gratificações financeiras. Ele deve ocorrer, principalmente, por meio de feedbacks positivos, claros e objetivos.


c) Engajamento: nós sabemos que a motivação é algo que vem de dentro, mas não podemos esquecer que a empresa tem um papel fundamental em se tratando de engajar o funcionário, e não estamos falando apenas de elogios ou oportunidade de plano de carreira. É importante que haja, por exemplo, programas e treinamentos motivacionais, que promovam o autoconhecimento e, consequentemente, a autoconfiança, e aprimorem a postura do colaborador no ambiente de trabalho.


d) Ambiente de trabalho: esse costuma ser um dos pontos mais relevantes para qualquer funcionário, afinal de contas, ele passa mais tempo no trabalho do que em sua própria casa, e é importante que ele se sinta bem ali. Essa não é uma tarefa difícil, mas muitas empresas parecem não saber como fazer isso. É interessante, por exemplo, que além das condições fundamentais para que o funcionário exerça sua função (ferramentas, recursos, etc.), o ambiente seja positivo e forneça ao funcionário a sensação de acolhimento, sem causar desconfortos ou sensação de medo, ou até mesmo de ameaça, por parte de seus superiores.


e) Datas comemorativas: no item anterior, falamos sobre a importância de cultivar um ambiente positivo, e isso pode incluir a celebração de datas comemorativas. Todo funcionário se sente feliz quando a empresa o parabeniza em seu aniversário, por exemplo.


f) Promoção de desafios: quando um funcionário é designado a realizar uma tarefa desafiadora, que o force a explorar seus talentos e conhecimentos, ou até mesmo a aprender coisas novas para poder executá-la, ele se sente encorajado e motivado.


g) Autonomia: algumas ocupações não exigem que sejam executadas tarefas tão “extraordinárias”, mas um funcionário pode se sentir desafiado, por exemplo, apenas ao saber que ele tem responsabilidade por suas atribuições, que tem autonomia e não precisa ficar sempre às margens das decisões de outra pessoa. Essa autonomia mostra ao funcionário que seu conhecimento e experiência profissional são reconhecidos e valorizados pela empresa. Dessa forma, ele se sente mais seguro e livre para exercer suas ideias sem limitações.


h) Programas de capacitação: mais importante do que treinar um funcionário para que ele tenha motivação é capacitá-lo profissionalmente. Quando a empresa promove palestras, cursos, treinamentos ou dá suporte (financeiro ou simplesmente permitindo horários flexíveis) para que ele faça isso externamente, ela mostra ao trabalhador que ela valoriza sua atualização, pensando não somente no bem dos negócios, mas também, no desenvolvimento dele.


i) Comunicação clara: não há nada mais desanimador para um funcionário do que problemas na comunicação dentro da empresa, e eles podem ser relacionados à burocratização do fluxo de informações, falta de clareza, ou pior, falta das informações propriamente ditas. Portanto, é fundamental que haja uma avaliação sobre qual é a melhor maneira de se comunicar com funcionários, prezando sempre pela clareza de ideias, agilidade, objetividade, profissionalismo e quebra de barreiras na transmissão de mensagens.


j) Clareza na relação funcionário-empresa: um funcionário que não sabe aonde a empresa quer chegar, ou qual a sua importância para o sucesso do negócio, em pouco tempo se sentirá desgastado e desmotivado. No fundo, todo mundo quer realizar algo, ver que seu esforço está trazendo algum tipo de resultado. Se isso não acontece, a pessoa não vai ver motivos para continuar se empenhando. A clareza sobre o que é esperado dos funcionários vai incentivá-los a remar na direção em que a empresa precisa.


k) Flexibilidade: permitir que o funcionário possa fazer pequenas pausas, como tomar um cafezinho ou comer um lanchinho, sem o medo de ser punido; dar liberdade para que ele realize suas atividades de um modo que lhe seja mais agradável e estimulante; permitir que ele trabalhe ouvindo música... São inúmeras as formas de flexibilizar a rotina de seu funcionário e criar um ambiente mais saudável.


l) Atenção às necessidades pessoais do colaborador: uma empresa que entende que os funcionários são, antes de qualquer coisa, seres humanos e não apenas meios de produção, mostra que entendeu o verdadeiro significado de trabalhar com pessoas. Os funcionários ficam doentes, têm problemas que só eles podem resolver fora do trabalho, têm famílias, conhecidos falecem... É importante que eles saibam que terão compreensão e apoio da empresa nesses momentos, e que não receberão punições simplesmente por terem problemas que muitas vezes fogem do seu controle.


m) Trabalho só durante o expediente: o funcionário dedica ao menos nove horas de seu dia para a empresa. Aí, você desconta o tempo de locomoção, o horário em que ele está dormindo... Quanto tempo sobra para que ele cuide da vida dele? Pouquíssimas horas. Por esse motivo, é inaceitável que o chefe ou qualquer colega mande mensagens para ele fora do horário do expediente. Lembre-se que a empresa precisa ser compreensiva com as necessidades pessoais do funcionário, sobretudo, quando ele não está em horário de trabalho.


Existem, ainda, aqueles benefícios um pouco mais formais e mais conhecidos por grande parte de empregadores e empregados, e que costumam ser muito bem-vindos, como o vale refeição/alimentação; vale transporte; plano de saúde; associações com instituições que promovam cultura, lazer e até mesmo a prática de esportes; parcerias com escolas de capacitação.

Obviamente é muito provável que você não encontre a “empresa perfeita”, que vai promover um salário emocional tão completo - até porque, cada pessoa tem suas prioridades e se sente motivada por estímulos diferentes - mas é interessante que você se pergunte se o ambiente em que você trabalha promove ao menos algum tipo de recompensa emocional aos seus colaboradores, e reflita se essa recompensa é ou não relevante para você.

O dinheiro no final do mês é muito importante, sim, e é fundamental procurar saber se a empresa paga salários condizentes com o mercado e com a qualificação de seus funcionários, mas a satisfação profissional e o bem-estar estão mais além do valor que cai na conta bancária todo mês, e ninguém precisa trabalhar infeliz só por conta disso. Reflita: a empresa que você trabalha hoje te paga um bom salário emocional? Por qual salário emocional você está disposto a trabalhar?

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